24.9.13

Dióspiro Um Fogo Doce


Quer sejam de uma cor alaranjada, quer de um vermelho intenso, os dióspiros evocam labaredas de fogo ardente. Não é sem motivo que o seu próprio nome em grego, Diospyros, significa ‘fogo de Zeus’.
No entanto, uma vez ingerido, o dióspiro actua de forma totalmente oposta àquela que seria a de um fogo ardente: é um grande suavizante do tubo digestivo, especialmente do intestino.
Pobre em gorduras, o dióspiro tem, na sua composição, pectinas e mucilagens, que constituem o componente mais importante da chamada fibra vegetal solúvel. Elas retêm água, aumentando o volume das fezes e facilitando, assim, a evacuação. Também retêm açúcares, com o que estes não se absorvem rapidamente, mas de forma lenta e escalonada. Retêm, igualmente, o colesterol que se encontra no tubo digestivo, procedente dos alimentos de origem animal, levando a que uma parte dele seja eliminada com as fezes. Mas o efeito mais imediato da pectina e das mucilagens do dióspiro é o de suavizar e desinflamar as paredes do tubo digestivo, especialmente nos seus últimos troços (intestino grosso).
Contém, também, carotenóides, a partir dos quais o nosso organismo produz a vitamina A, que tem uma acção antioxidante, graças à qual evitam o envelhecimento celular, travam a arteriosclerose e actuam como preventivos do cancro.
Embora não seja uma das frutas mais ricas nesta vitamina, o dióspiro tem suficiente vitamina C para favorecer a absorção do ferro, que é o mineral mais abundante de todos os que o dióspiro contém.
Existem variedades de dióspiros com maior conteúdo em taninos que outras. No entanto, em todas elas os taninos diminuem quando o fruto está completamente maduro. O mês de Outubro é aquele em que os frutos, ainda não completamente maduros, têm uma maior concentração de taninos, que coagulam as proteínas, formando uma camada seca e resistente nas mucosas.
Além da sua acção sobre as afecções intestinais, o dióspiro é, ainda, aconselhado para aqueles que sofrem de hipertensão e afecções cardíacas, anemia e, devido ao facto de metade dos seus 15% de açúcares ser formado por frutose, é muito bem tolerado pelos diabéticos.

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