11.1.10

O CHOQUE NUTRICIOAL PARA O AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

É clássico associar o consumo de bebidas com cafeína a benefícios no estado de alerta, na velocidade do processamento de informação, na memória e no desempenho em tarefas que requerem atenção sustentada. Dados recentes sugerem que o consumo regular de cafeína não acarreta nenhum benefício substancial no desempenho cognitivo.
Vítor Hugo Teixeira - Professor Universitário
No dia-a-dia, os consumidores habituais de café podem evitar os efeitos nefastos da ausência de cafeína ingerindo o equivalente a uma chávena de café (100mg) a cada 6h. Aumentar a frequência ou quantidade deste consumo não se traduz em melhorias da performance mental, podendo mesmo afectar, adversamente, a pressão arterial e a ansiedade. Quem não é consumidor regular de café apresenta um estado de alerta e uma performance mental superiores àqueles que se encontram em abstinência matinal e nada beneficiam com o seu consumo.
A ciência tende a apontar que é mais benéfico eliminar a cafeína da nossa alimentação. Quem o pretende fazer, deve considerar que a desabituação à cafeína tem efeitos negativos a curto prazo (cansaço, fadiga, pensamento mais lento e cefaleias), pelo que deve escolher criteriosamente o tempo e modo de o fazer. Quem não o pretende fazer, deve saber que investigações recentes indicam que a ingestão regular de cafeína diminui o risco de declínio da função cognitiva em idades mais avançadas.
Como é amplamente conhecido, a cafeína tem um ligeiro efeito diurético, pelo que se deve ter ainda mais atenção ao estado de hidratação. Níveis de desidratação de apenas 1% do peso corporal afectam adversamente o estado cognitivo, com prejuízos da memória a curto-prazo e da atenção. Uma stratégia simples e eficiente para avaliar o seu estado de hidratação é vigiar a cor da urina, que deve ser o mais clara e inodora possível. Beba um copo de água após o café. Além disso, o esmalte dentário agradece! Como também agradece se no final da refeição tivermos o hábito de mascar pastilhas elásticas sem açúcar.
Ademais, estudos recentes apontam de forma robusta para um aumento da capacidade de memória enquanto se masca um pastilha elástica, por induzir um aumento da insulina e, por conseguinte, de captação de glicose pelo cérebro, e do fluxo sanguíneo cerebral. Esperemos, pois, que seja um efeito colateral positivo da "lei do tabaco" que entrou em vigor no início deste, que poderá levar a que os colaboradores aumentem o consumo de pastilhas elásticas.

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