11.10.13

A DIETA DA VIDA



De acordo com as palavras de Goethe a Fausto, “manter-se jovem é uma arte reservada a poucas pessoas”. Isso talvez fosse válido nos tempos do poeta, entre os séculos XVIII e XIX, quando a expectativa de vida era de 35 anos. Hoje, a afirmação pode não fazer sentido. A engenharia genética está a mostrar que, com um pouco de boa vontade, todos podem viver muito e com boa saúde.
A boa notícia vem da Universidade Americana de Wisconsin, onde investigadores observam mudanças genéticas em cobaias idosas.
Ao relacionar uma técnica sofisticada a um regime de restrição alimentar, os cientistas, liderados por Thomas Prolla e Richard Weindruch, estudaram as modificações da actividade dos genes em dois grupos distintos de cobaias. O primeiro foi submetido a um regime alimentar normal, e o segundo a uma restrição calórica de 25%.
Com a ajuda de um laser, a equipa do Dr. Prolla investigou milhares de ratos e descobriu que só um pequeno número entre eles (menos de 20%) variava com o envelhecimento. Quando submetidos a um regime hipocalórico, os genes sofriam apenas variações mínimas. Concluiu-se, então, que é desses poucos fragmentos que dependem funções essenciais como a produção de energia, reacção ao stresse e reparação de proteínas.

Metabolismo retardado
Mas qual é a relação entre a actividade genética e o regime alimentar? O Dr. Weindruch opina: “A hipótese, considerada antes com desconfiança, é que um regime hipocalórico retarda o metabolismo.” Na prática, as modificações químicas que têm lugar no organismo, precisamente o metabolismo, produzem uma certa quantidade de lixo (os radicais livres) que danificam as proteínas, induzindo certos genes a reparar os danos. No entanto, com o tempo, eles perdem capacidade “profissional”, o que facilita o processo de envelhecimento. Uma vez que o metabolismo afrouxa, o stresse dos genes diminui e eles podem trabalhar durante mais tempo.
Estudos mais profundos deverão mostrar que tais mecanismos se manifestam do mesmo modo nos seres humanos. De igual modo, deverá ser verificada a teoria que considera os factores hereditários como influenciando, em aproximadamente 1/5 dos casos, a expectativa de vida. As mitocôndrias, chamadas pelos cientistas “círculos mágicos”, desempenham um papel-chave no processo do envelhecimento. Contrariamente ao código genético do núcleo da célula, que tem a forma de bastonete com dupla hélice, o ADN das mitocôndrias tem a forma de círculo e é herdado apenas do lado materno, pois o espermatozóide perde--o no momento em que penetra no óvulo.
As mitocôndrias são o centro energético da célula. É nelas que se produzem as reacções da cadeia respiratória. Imersas em citoplasma – o meio da célula que faz lembrar o núcleo – fornecem oxigénio, o combustível necessário para o seu funcionamento.
Guglielmo Scarlato, neurologista da Universidade de Milão, e Giuseppe Atarde, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, estudaram o fenómeno num grupo de homens e mulheres centenários. “No envelhecimento, as mitocôndrias trabalham menos. Elas produzem menos energia em todos os órgãos, dando assim lugar aos fenómenos de oxidação”, afirma Scarlato, e acrescenta: “Um dos nossos objectivos é modificar o metabolismo das mitocôndrias para evitar os danos que se produzem com a idade.”
O aprofundamento da tese pode trazer novas esperanças, principalmente no que diz respeito ao tratamento de doenças neurovegetativas, tais como a Doença de Alzheimer, a Doença de Parkinson e a esclerose lateral aminotrófica.
Nesses casos, é extremamente recomendável adoptar um estilo de vida equilibrado: manter uma actividade profissional o máximo de tempo possível, praticar actividade física regular, não fumar, não tomar bebidas alcoólicas, comer com moderação (especialmente à noite) e consumir frutas e verduras ricos em antioxidantes (vitaminas A, E e betacaroteno).

VertigensSintomas: Sensação de cabeça oca.
Possíveis causas: Hipotensão ortostática (comum depois de certa idade), queda da tensão quando a pessoa está deitada e se levanta, mudança do estado horizontal para o vertical.
O que fazer:
Verifique com o seu médico se determinados medicamentos (diuréticos, anti-hipertensivos, etc.) podem estar a ser os responsáveis pelo problema.
Faça alguns exercícios com as pernas antes de se levantar da cama.
Erga a cabeceira da cama cerca de 10 a 20 graus.
Levante-se devagar.
Eventualmente, use meias elásticas.
Outras causas: Absorção insuficiente de líquidos e tendência à desidratação, arritmia cardíaca (o cérebro é deficientemente irrigado), ansiedade ou depressão.
O que fazer: 
Vigie a absorção de líquidos e tente beber a quantidade suficiente.Faça exames médicos profundos.
Vertigens acompanhadas de perda de líquidos
Possíveis causas: Doença do ouvido interno (afecção vestibular periférica benigna).
O que fazer:
Procure o médico. Siga rigorosamente o tratamento prescrito.
Perda de memória
O que fazer:
Como medida preventiva, treino intelectual. Procure aprender alguma coisa. Leia, exercite uma actividade que exija empenho das faculdades intelectuais.
Como tratamento, siga as prescrições médicas.
Afasia (problemas da fala)
Possíveis causas: Disfunções vasculares (embolia, estreitamento da carótida ou da artéria cerebral média.
O que fazer:
Uma logoterapia (terapia da fala) precoce.
Doença de Parkinson
Sintomas: Esta doença manifesta-se com tremores. Primeiro, os dedos, depois a mão, o braço, etc.. Quando os tremores são generalizados, o corpo torna-se insensível e os movimentos afrouxam. Mas ela faz-se acompanhar de outros sintomas: redução progressiva da escrita, secura da pele, perda de peso, diminuição da voz, obstipação, retenção urinária, queda de tensão ao levantar.
O que fazer:
Tratamento e acompanhamento médico.
Apoplexia
Possíveis causas: Formação de um coágulo, ou seja, depósito de plaquetas num vaso sanguíneo, que impede o afluxo de sangue ao cérebro (trombose).
Ou um coágulo que se desprende do coração ou de um dos grandes vasos que distribuem o sangue para o cérebro. Ao bloquear uma artéria cerebral provoca a embolia. Pode acontecer o rompimento de uma artéria cerebral (hemorragia).
O que fazer:
A prevenção tem um papel muito importante contra a hipertensão, as doenças cardíacas e a diabetes.
Doença de Alzheimer
Sintomas: Trata-se da perda progressiva das faculdades mentais (memória, fala, cálculo, concentração, inteligência, comportamento, etc.) provocada pela destruição das células nervosas.
O que fazer:
Estabeleça um diagnóstico precoce. Organize o apoio e assistência.Controle o stresse, elimine a ira e as frustrações.
Tratamento e acompanhamento médico.
Depressão
Sintomas: É necessário distinguir entre a verdadeira depressão e a sintomatologia depressiva, que se caracteriza por uma tendência a queixumes e uma preocupação exagerada com a saúde. Os sintomas clássicos do estado depressivo grave são: ausência de alegria de viver, perda de confiança própria, angústia (pelo menos duas semanas), perda de interesse pela vida, dificuldade de tomar decisões, pensamentos suicidas. Tudo isso é acompanhado de manifestações físicas, como variação do apetite, perda de peso, perturbações do sono (insónia ou sonolência), comportamento agitado ou atónico, perda de energia.
O que fazer:
Procurar tratamento especializado.

O Segredo dos Centenários
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Nascemos centenários ou tornamo-nos centenários? E os raros felizardos que chegam a soprar 100 velinhas, ou mais, foram programados depois do nascimento ou devem isso ao seu estilo de vida? Apesar da Ciência não ter ainda a resposta definitiva, é muito provável que os dois factores expliquem o fenómeno.
Durante muito tempo, acreditava-se que a Geórgia e a Arménia detinham o recorde da longevidade – mais de 150 anos em certas regiões. O mito desmoronou-se com a descoberta de Jeanne Calment, uma francesa nascida em Arles no dia 21 de Fevereiro de 1875.
Mas qual o segredo de uma vida assim tão longa? É suficiente, como defendem alguns, levantar cedo, trabalhar muito, comer pouco, não ingerir bebidas alcoólicas e não fumar? Ou, ao contrário, trabalhar o menos possível e divertir-se muito? Investigadores do National Centenarian Awareness Project, experimentaram fazer um perfil das pessoas que passam dos cem anos. Segundo as estatísticas, elas não sofreram choques violentos no decorrer dos seus primeiros 50 anos, trabalharam muito e continuam a trabalhar, mesmo depois dos cem anos. E também continuam a praticar actividade física regular, como caminhadas.
Mas a principal característica é a frugalidade da alimentação, isto é, comem pouco e mantêm um regime baixo em calorias, saudável e equilibrado. Tipicamente comem de tudo um pouco e não têm o hábito de comer muito à noite. Frutas e legumes têm a prioridade na sua alimentação, pois são naturalmente ricos em antioxidantes (vitaminas A, E e betacaroteno). Os antioxidantes naturais previnem o envelhecimento e reduzem a quantidade de radicais livres, responsáveis pela morte das células.
No Centro de Envelhecimento da Universidade de Tufts, de Boston, Estados Unidos, as frutas e legumes foram classificados segundo as suas propriedades antioxidantes. Na categoria das frutas, as melhores variedades são o mirtilo, a amora e o morango, seguidos da laranja, do kiwi, da banana e da cereja. Entre os legumes, couve, cenoura, abóbora, espinafre, brócolos e beterraba. E ainda alho, cebola, batata, arroz e trigo.


missing image fileEnvelheça com sabedoria

> Vacine-se anualmente contra a gripe.
> Verifique a sua tensão arterial pelo menos uma vez por ano, mesmo que ela tenha sido sempre normal.
> Confira o nível de colesterol, de três em três anos até fazer 75 anos.
> Verifique o estado das mamas uma vez por ano, e faça mamografia de três em três anos, até completar 70 anos.
> Faça esfregaço vaginal a cada três anos, até completar 65 anos (mulheres).
> Faça exame de fezes uma vez por ano e colonoscopia de cinco em cinco anos, até completar 70 anos.
> Controle o estado dos dentes, da visão e da audição uma vez por ano.
> Procure um médico para examinar a sua tiróide, uma vez por ano.
> Avalie o risco de queda, uma vez por ano.
> Seja optimista e confiante. Não perca a esperança.

Alberto Carlucci
Nutrição

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