13.3.14

INFORMAÇÕES GERAIS

Malaguetas e perda de peso
Há já algum tempo que se sabe que a capsaicina existente nas malaguetas conduz a uma menor ingestão de calorias, reduzindo o tecido adiposo e os níveis de gordura do sangue. No entanto, os efeitos da capsaicina não são ainda muito bem compreendidos. 
Dado que a obesidade é hoje um dos principais problemas nos países ditos desenvolvidos, com o seu corolário de doenças (diabetes, doenças cardiovasculares, pressão arterial elevada, cancro, etc.), será interessante saber mais sobre o mecanismo que leva à diminuição da obesidade por meio desta substância das malaguetas. 
Com essa intenção, cientistas de uma Universidade da Coreia do Sul resolveram alimentar animais de laboratório com uma dieta rica em gordura, adicionando a metade deles capsaicina nos seus alimentos e os restantes não ingerindo essa substância. Verificaram, então, que os roedores tratados com capsaicina perderam 8% do peso corporal e os restantes não. Verificaram-se ainda alterações benéficas em 20 proteínas-chave encontradas na gordura. 
Em conclusão, os investigadores afirmam a realidade do efeito anti-obesidade da capsaicina, que poderá vir a ser assim uma arma importante no controlo deste flagelo.
*Journal of Proteome Research/S&L


Células estaminais curam lesões da coluna
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Investigações recentes efectuadas em animais de laboratório demonstraram que as células estaminais do sangue do cordão umbilical podem tratar lesões graves da medula espinal. 
Os animais foram tratados com este tipo de células durante um período de seis semanas, tendo registado uma melhoria significativa no que se refere à recuperação motora (a capacidade de se deslocarem de um local para outro), em comparação com os animais que não estavam a ser alvo de tratamento. Os investigadores constataram, ainda, que seis semanas depois da administração das células estaminais, se verificava uma redução significativa da área lesada. 
Para além disso, a experiência tem revelado provas crescentes de que estas células têm a capacidade de reparar e regenerar outras células do corpo, contribuindo para o controlo da inflamação e a aceleração do crescimento de novos vasos sanguíneos. 
“Spine”/S&L

Sentados e Doentes!...
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Já há muito que se sabe que o excesso de peso e a obesidade são fruto da redução da prática do exercício físico. Também vários estudos têm indicado que existe uma relação entre o tempo que se permanece sentado e o risco de desenvolver obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. 
Um estudo recente vai mais longe e conclui que há uma relação directa entre o tempo que se permanece sentado e a mortalidade. 
O estudo foi efectuado pela American Cancer Society que, para o efeito, analisou 123 216 indivíduos sem história anterior de cancro, enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e doenças pulmonares. 
Nas conclusões, os investigadores verificaram que o risco de morte era proporcional ao tempo que os participantes permaneciam sentados, em especial no caso das mulheres. As mulheres e os homens que passavam mais de seis horas por dia sentados, tinham, respectivamente, um risco 37% e 18% maior de morrerem, durante o período do estudo, do que os que permaneciam sentados menos de três horas por dia. Esta associação ao risco agravado de morte manteve-se praticamente inalterada, mesmo tendo em conta o nível de actividade física dos participantes. 
No entanto, se associarmos a falta de exercício físico regular, então o risco de morte subia para 94% para as mulheres e 48% para os homens. 
Segundo os autores do estudo, “existem vários factores que podem explicar a associação entre o tempo gasto sentado e uma maior taxa de mortalidade. Tem sido demonstrado que longos períodos de tempo sentado têm importantes consequências metabólicas e que podem influenciar os níveis de triglicéridos, lipoproteína de baixa densidade, colesterol, glicemia em jejum e a pressão arterial em repouso, que são marcadores de obesidade, de doenças cardiovasculares e de outras doenças crónicas”. 
Os autores do estudo concluem que as mensagens de saúde pública deveriam tanto promover a actividade física, como a redução do tempo que as pessoas permanecem sentadas.
*American Journal of Epidemiology/S&L


Crianças obesas e risco cardíaco
As crianças obesas aos três anos já apresentam sinais de inflamação semelhantes aos ligados a um maior risco de doença cardíaca em adultos.
Num estudo realizado na Universidade da Carolina do Norte, EUA, foram avaliadas 16 335 crianças entre 1 e 17 anos de idade, tendo-se verificado que as crianças obesas apresentavam níveis elevados de proteína 
C-reactica (PCR), um marcador de fase aguda que se eleva especialmente em processos inflamatórios e infecciosos, além de dois outros marcadores de inflamação cardíaca: saturação de transferrina (F/T) e número absoluto de neutrófilos (ANC). 
No adulto, níveis elevados destes marcadores indicam um maior risco de desenvolvimento de doenças, nomeadamente de problemas cardíacos. 
De acordo com a investigação, os níveis elevados de F/T começaram aos 6 anos e os de ANC a partir dos 9 anos de idade. 
No estudo, 70% dos participantes tinham um peso normal, 15% excesso de peso, 11% eram obesos e 3,5% muito obesos. No grupo de crianças entre os 3 e os 5 anos, 42% dos muito obesos tinham níveis elevados de PCR, em comparação com 17% dos que apresentavam peso normal. A situação era pior ainda nas crianças mais velhas, com 83% dos muito obesos, com idades entre 15 e 17 anos, a apresentarem níveis elevados de PCR. 
O facto de esta relação preocupante entre o aumento do peso e os marcadores inflamatórios surgir muito mais cedo do se esperava constituiu uma “grande surpresa” (e preocupação) para os investigadores. No entanto, não se pode ainda medir o impacto que ela pode vir a ter no que se refere a um risco acrescido de enfarte e AVC que estas crianças possam vir a sofrer na infância/adolescência e idade adulta. 
Não deixa, no entanto, de ser uma notícia preocupante para um país, como o nosso, com a segunda maior taxa europeia de crianças e adolescentes obesos. 
*Pediatrics/S&L

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