16.11.13

QUEM É O ADOLESCENTE?

É um ser humano em transformação vertiginosa.
Deixa de ser criança, mas não é adulto.
O corpo transforma-se de dia para dia.
O relógio genético faz surgir características específicas do sexo a que se pertence.
Sente novas e diferentes emoções.
Os seus interesses e gostos modificam-se.
Passa a ser responsável por fazer escolhas e tomar decisões.
Qual será o seu futuro?
O que deseja ser?
O início da adolescência assinala o culminar de uma década de desenvolvimento fundamental que começou com o período Pré-natal.
Inicia-se agora uma viagem em direção à longínqua idade adulta.
Adolescência é o período, mais ou menos longo, que separa a infância da idade adulta.
O adolescente oscila entre dois pólos:
Deixar de ser criança
Tornar-se adulto
A sua marca própria é ser simultaneamente criança e adulto. É uma pessoa em vias de se tornar adulto nos planos sexual, emocional e intelectual.
Mantém-se criança socialmente, porquanto continua a ser menor e dependente, e é incapaz de se “separar” dos laços familiares ou prescindir deles sem efeitos secundários.
Ainda criança... é já adulto, perdeu o equilíbrio da primeira (a criança) e ainda não atingiu o equilíbrio do segundo (o adulto).
Quando o acesso à profissão é tardio ou adiado, prolonga-se o período de dependência – o período da adolescência.
Neste contexto, é inevitável a crise; daí catalogarem este período como: idade ingrata; crise; crise da originalidade juvenil...
Paradoxalmente, esta fase assim caracterizada é o sinal de uma evolução normal; a sua ausência é que é preocupante.

Marcos significativos das diferentes idades:
10 anos – caracteriza-se por figura equilibrada, em boa forma física e psicológica – normalmente está satisfeita consigo própria.
11 anos – surgem sinais de mudança. Novos esquemas e dinamismo de comportamento. O adolescente começa a exibir comportamentos de afirmação, curiosidade e sociabilidade. Torna-se desassossegado, inquieto, perguntador e falador. Gosta de estar em movimento e em constante atividade. Tende a imitar os adultos.
A vida emocional alcança picos de intensidade. Encoleriza-se de um momento para o outro, são típicas as oscilações de humor; de manhã apático e resmungão, à tarde alegre e animado.
Acelera-se o desenvolvimento físico, as temperaturas oscilam e fatiga-se com facilidade.
12 anos – Revela maior amadurecimento nas relações sociais, tem em conta o ponto de vista do grupo. Gosta de exercitar a inteligência. Manifesta entusiasmo por trabalhos de grupo.
O jovem de doze anos é entusiasta, tem espírito de iniciativa, gosta de se relacionar com os outros.
13 anos – Surgem os problemas da maturação. O jovem torna-se menos comunicativo. Revela grande capacidade para aquisição de conhecimentos. Entrega-se a preocupações íntimas. Desenvolve o espírito crítico. Dá-se à reflexão. É um ano de transição que envolve: corpo, mente e personalidade.
14 anos – Mais consciente de si e do seu ambiente interpessoal. O jovem interessa-se pelas outras pessoas e tem cada vez mais consciência das diferenças de personalidade, fazendo comparações. Interessa-se por atividades de grupo, mostrando-se sensível a quaisquer desvios da norma do grupo.
Gosta muito de falar, está cheio de vida e transborda de energia, exuberância e expansividade. É otimista.
15 anos – Maior consciência de si. Maior espírito de independência. Maior ajustamento aos grupos: lar / escola / comunidade.
16 anos – Integração mais ampla e equilibrada, maior confiança em si. Sentimentos mais profundos de independência.

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Características que tipificam o fim do período da adolescência: 
1. Redefinição da imagem corporal.
2. O culminar do processo separação / individuação; dependência / autonomia.
3. Autonomia aqui não significa ficar desconectado emocionalmente dos pais, mas significa, na verdade, que um indivíduo já não é tão dependente dos pais em termos psicológicos, e tem mais controlo sobre a tomada de decisão da sua vida (e arca com as respetivas consequências).
4. Perda da condição infantil.
5. Estabelecimento de uma escala de valores ou código de ética próprio.
6. Ingresso no “status de adulto” (com ritos de iniciação em algumas culturas).
7. Assunção de funções e papéis sexuais.
8. Exercício de uma atividade profissional.
Os pais devem manter-se atentos e abertos ao diálogo, afetuosos e reguladores.

Isabel Morais
Psicóloga – Área Social Clínica – Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação de Lisboa

Associação Família Amiga

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