NOME EM LATIM: Castanea sativa Miller
FAMÍLIA: Fagáceas
OUTROS NOMES: Castanheiro comum
HABITAT: Cria-se em terrenos graníticos de regiões montanhosas, mas não nos calcários. Encontra-se vulgarmente tanto no Centro e no Sul da Europa como na América.
DESCRIÇÃO: Árvore robusta e de tronco grosso, que atinge até 20 m de altura. As folhas, caducas, são lanceoladas e dentadas em serra; nascem uma a uma, e não em grupos de 5 como no castanheiro-da-índia. Os frutos, as castanhas, alojam-‑se em grupos de 2 ou 3, dentro de uma carapaça espinhosa (o ouriço).
REFERÊNCIAS HISTÓRICAS:
O castanheiro é uma árvore oriunda da Ásia Menor, que tem sido cultivada desde tempos imemoriais. Foi trazida para a Europa pelos Gregos e pelos Romanos, e, posteriormente, foi levada para o Novo Mundo.
O castanheiro não tem pressa de crescer. Aos 25 ou 30 anos começa a dar fruto, e atinge a maturidade a partir dos 100 ou 150 anos. Contam-se casos de castanheiros que viveram mais de mil anos. Os seres humanos passam rapidamente por esta vida... As árvores vivem muito mais do que nós! Quando me encontro diante de um castanheiro, além de desfrutar da sua agradável presença e da sua generosa sombra, não posso evitar uma forte sensação de pequenez perante o seu aspecto vetusto e majestoso.
Quem não se sente atraído pelo aroma de umas castanhas assadas? Também nisto nos dá o castanheiro uma lição de paciência: Os frutos verdes acham-se protegidos por uma couraça rodeada de espinhos, que parecem avisar as pessoas e os animais de que ainda não chegou o momento de abri-‑los. Só quando a castanha tiver amadurecido e estiver apta para ser comida, se abre por si mesma a sua carapaça de aguilhões.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A CASCA da árvore e, em menor proporção, as FOLHAS, são muito ricas em tanino, além de conterem açúcares, pectina, óleo essencial e outros princípios activos. As suas propriedades mais importantes são:
- Antitússica: Tanto aplicadas localmente em gargarejos (3 - ) como em forma de tisana (1 - ), acalmam a tosse rebelde devida a irritação das vias respiratórias (acção béquica). A casca e as folhas do castanheiro também se usam com êxito no caso de tosse convulsa.
As CASTANHAS são ricas em glícidos (mais de 40%), e contêm pequenas quantidades, mas muito aproveitáveis, de gordura e proteínas, assim como vitaminas A, B e C, e sais minerais. As suas propriedades mais interessantes são (2 - ):
- Fornecem substâncias alcalinizantes, que neutralizam o excesso de ácidos no sangue e facilitam a sua eliminação pela urina, o que se torna especialmente útil a quem sofra de reumatismo por excesso de ácido úrico (artritismo) e a quem consuma carne em abundância.
- Muito baixo conteúdo de sódio (1 mg por 100 g de parte comestível), e elevada proporção de potássio (710 mg por 100 g). Por isso são muito úteis na dieta dos hipertensos e dos cardíacos.
PARTES UTILIZADAS: A casca, as folhas e as sementes (castanhas).
PREPARAÇÃO E EMPREGO:
USO INTERNO:
1 - Decocção com 50 g de casca triturada e outros 50 g de folhas, por cada litro de água. Também se pode fazer só com folhas, caso em que se põem 100 g por litro de água. Ferver durante 15 minutos. Filtrar e adoçar, de preferência com mel. Tomar três ou quatro chávenas por dia, até que desapareça a diarreia ou a tosse.
2 - As castanhas podem comer-se cruas, assadas ou cozidas. Para as crianças pequenas prepara-se uma papa muito nutritiva com castanhas bem cozidas e esmagadas.
USO EXTERNO:
3 - Bochechos e gargarejos: Fazem-se com a mesma decocção descrita para o uso interno. No caso de se querer adoçar, recomenda-se a utilização de mel.
* Extraído do livro A Saúde pelas Plantas Medicinais, editado pela Publicadora Atlântico, S.A.
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