21.11.13

PEQUENOS ESQUECIMENTOS



esquecimentoEm geral, a partir dos 30 anos, começa a notar-se que há pequenos esquecimentos. “Como é que se chama aquele futebolista que é casado com aquela modelo tão gira? Sim, mulher! Aquela alta de cabelo escuro que desfilou há dias... vimos o programa na televisão... Sabes a quem me refiro?” Mas isso nada é se comparado com a altura em que exclamamos: “Roubaram-me o carro!” sem nos darmos conta de que estamos no parque de estacionamento errado.
Embora estes pequenos esquecimentos não afectem por aí além a nossa vida diária, provocam-nos ansiedade.
Com pavor, pensamos que o cérebro começa a converter-se em gelatina e preocupa-nos o facto de acabarmos como a avó, que recorda, detalhadamente, cenas da sua infância, mas não se consegue lembrar do que deveria fazer ou o que tinha feito aquela mesma manhã.
Se isto lhe parece familiar, não se preocupe, pois ainda há esperança.
Existem muitos mitos em que as pessoas relacionam, erradamente, a idade com a falta de memória.
Os cientistas provaram que a perda de memória de curto prazo não se deve à idade ou ao facto dos neurónios terem morrido e não se regenerarem, mas à redução do número de conexões dos neurónios ou dendritos (as ramificações dos neurónios) entre si. Isso acontece por uma simples razão: falta de uso. É muito simples: assim como se atrofia um músculo que não se utiliza, se os dendritos não se conectarem com frequência, também eles se atrofiam e a capacidade do cérebro para acumular nova informação reduz-se.
Não há dúvidas, o exercício ajuda a “reforçar” a mente; também existem produtos naturais que fortalecem a memória.
Contudo, não há nada como fazer com que o nosso cérebro fabrique o seu próprio alimento: as neurotrofinas.

As neurotrofinas...
… são moléculas que produzem e segregam as células nervosas e actuam como alimento para as manter saudáveis. 
Quanto mais activas estiverem as células do cérebro, maior quantidade de neurotrofinas produzem, e isto reforça as conexões entre as várias áreas do cérebro.

Ginástica para os neurónios
O que precisamos é de fazer “ginástica” com os neurónios. 
√ Surpreendê-los,
√ tirá-los da sua rotina,
√ apresentar-lhes novidades inesperadas e divertidas através das emoções, do olfacto, da vista, do tacto, do gosto e do ouvido.
O cérebro torna-se mais flexível, mais ágil e a sua capacidade de memorizar aumenta.
É provável que pense: “Eu leio, trabalho, faço exercício e mil coisas mais durante o dia, portanto, a minha mente deve estar muito estimulada.” O certo é que a vida da maioria de nós passa-se dentro de uma série de rotinas.
Analise um dia comum e corrente. Quão diferente é a sua rotina da manhã, a sua viagem até ao trabalho, a hora em que come ou regressa a casa? O tempo que passa no carro? Os programas que vê na televisão?
As actividades rotineiras são inconscientes. Fazem com que o cérebro funcione mecanicamente e requerem um mínimo de energia. As experiências passam pelas mesmas estradas neuronais já formadas. Não há produção de neurotrofinas.
Para criar novas conexões neuronais, porque não abrirmos a mente e experimentarmos os exercícios das caixas que aqui temos, que, de acordo com os estudos de Neurobiologia do Duke University Medical Center, ampliam a nossa memória? Assim, talvez nunca mais voltemos a perguntar: “Onde é que deixei as chaves.
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Ginástica para os neurónios
Apresentamos aqui alguns exercícios que potenciam substancialmente os dendritos e a produção de neurotrofinas:
1. Tente, pelo menos uma vez por semana, tomar duche com os olhos fechados. Só com o tacto, localize as torneiras, ajuste a temperatura da água, procure o sabão, o champô ou o creme de barbear. Verá como as suas mãos notarão texturas que nunca tinha percebido.
2. Utilize a mão não dominante. Coma, escreva, abra a porta, lave os dentes, feche a gaveta com a mão que utiliza menos.
missing image file3. Leia em voz alta. Activam-se circuitos diferentes daqueles que usa para ler em silêncio.
4. Mude as suas rotas. Tome outros caminhos para ir para o trabalho ou para regressar a casa.
5. Modifique a sua rotina. Faça coisas novas. Saia, conheça e converse com pessoas de diferentes idades, trabalhos e ideologias. Experimente o inesperado. Use as escadas em vez do elevador. Vá para o campo, caminhe, feche os olhos e sinta o seu aroma, os seus sons, os seus silêncios.
6. Altere o sítio de alguns objectos. Ao saber onde está tudo, o cérebro já construiu um mapa. Mude, por exemplo, o caixote do lixo, e verá a quantidade de vezes que atira o papel para o lugar anterior.
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7. Aprenda uma nova habilidade. Qualquer coisa: fotografia, cozinha, estude uma nova língua... se gosta de fazer quebra--cabeças ou modelismo, tape um olho para que perca a percepção da profundidade; assim, o cérebro terá de confiar noutras vias.
8. Identifique objectos, como, por exemplo, moedas. Ponha, no carro, uma taça com várias moedas diferentes e tenha-as à mão para, enquanto estiver parado no semáforo, com os dedos, tentar identificar cada uma delas.


in Saludcuatro

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