31.12.13

Pensemos Global, para agir localmente: A ÁGUA

O papel da água

Estamos convictos, hoje, de que, entre as ameaças mais preocupantes ao bem-estar da humanidade, que ultrapassam fronteiras, latitudes e barreiras entre os povos, encontra-se a descapitalização hídrica de zonas cada vez maiores do planeta. Portugal não foge à regra!
Será que estamos perante uma inevitabilidade? Haverá alguma coisa que possamos fazer, individualmente, para inverter essa tendência? As soluções existem, e estão ao nosso alcance.
aguaAlgumas das medidas que se tomam para reduzir este impacto são lentas a conseguir os efeitos requeridos, e encontram resistências ao nível dos diferentes actores numa sociedade. Ainda recentemente, em Portugal, depois da directiva europeia relativamente aos recursos hídricos, falhou-se mais uma data no calendário, sendo necessário prolongar o tempo de adequação dos portugueses à lei dos poços (assim conhecida). Esta lei pretende que se faça no país um rigoroso levantamento dos recursos hídricos existentes, à semelhança do que se vai fazendo no resto da Europa dos 27.
No entanto, enquanto o campo se desertifica, e cada vez menos pessoas conhecem realmente os recursos existentes, nas cidades a pressão urbana destrói esses mesmos recursos, entulhando linhas de água, enchendo com betão e alcatrão os naturais caminhos da água de superfície para os aquíferos subterrâneos, tornando assim cada vez mais comprometedor encontrar o equilíbrio na Natureza.
Certamente que não podemos resolver o problema sozinhos, mas existem contributos individuais que podem fazer a diferença, e, pela participação activa de cada um, contribuir, gota a gota, para a sua solução.
Uma dessas soluções tem sido apontada, em Portugal, por pessoas que há anos têm vindo a apelar para uma gestão urbana mais próxima das soluções ecológicas. O Eng. Ribeiro Teles fala regularmente da manutenção dos espaços verdes, como fundamentais para combater o efeito de estufa e trazer humidade de volta às cidades.
missing image fileUm dos meios de conseguir que tal aconteça é através do desenvolvimento de zonas destinadas a hortas do lar, um conceito que temos vindo a apresentar. O que distingue o conceito de “hortas urbanas” do de “hortas do lar” prende-se com o enfoque na coesão social e familiar que este último apresenta. No entanto, quer as hortas urbanas quer as hortas do lar contribuem para o importante papel que uma gestão dos solos e organização urbana mista (entre betão-espaços verdes) pode conseguir na problemática da gestão da água.
De acordo com a FAO (Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas), 15% da produção mundial de alimentos era assegurada em 1998 por hortas urbanas. Este número envolveria cerca de 800 milhões de pessoas. É interessante notar que a produção das hortas em cidades é tão antiga como o desenvolvimento das próprias cidades. Evidentemente que, com o desenvolvimento rodoviário e dos transportes, foi possível equacionar um abastecimento das cidades a partir de uma agricultura intensiva, mais distante, relegando-se para segundo plano esta forma de auto-subsistência dos seus habitantes.
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No entanto, o agravamento dos problemas ambientais, o aumento do preço dos combustíveis, a poluição causada pelos transportes, a utilização de adubos químicos na agricultura intensiva, a destruição das terras aráveis devido às suas técnicas, tudo isso são razões que nos devem levar, hoje, a perspectivar o âmbito do alcance individual das nossas escolhas e opções.
Embora no século XIX estivesse bem consolidado o movimento das hortas urbanas no Norte da Europa, com mais de um século de institucionalização urbana deste fenómeno, nem todos os países o apoiaram e apoiam. (Por institucionalização pretendemos referir a coexistência pacífica de hortas em cidades, apoiada pelos poderes locais de gestão urbana e a solidariedade e respeito mútuo dos cidadãos por esses espaços).
Podemos referir um desses exemplos de institucionalização: na Alemanha, em 1864, foi criada a primeira Associação, denominada Schreberverein. Um pouco mais a ocidente, a Dinamarca tem hoje cerca de 409 Associações de cidadãos urbanos que se interessam pelas hortas urbanas. Este é o país que regista o maior número de hortas urbanas per capita, tendo uma história já longa com saber acumulado desde o século XVIII.
É neste contexto de organização urbana que as autarquias fornecem, nestes países, pequenos espaços para que os seus munícipes os possam cultivar, não longe das suas habitações. Em Portugal, no entanto, assistimos ao inverso desta tendência: Existem, felizmente, algumas excepções, ouvindo-se falar aqui e além de que está em projecto, em várias Câmaras, a instalação destas hortas. Contudo, com a excepção da zona do Porto (com as Hortas à Porta) a experiência portuguesa é incipiente, esporádica, não apoiada ou acompanhada pelo poder local. A representação social que este conceito obtém é negativa, muito provavelmente pela memória recente que o povo português guarda da sua ruralidade.
Mas os tempos mudaram definitivamente. Se, por um lado, a crise que se tem vindo a agravar no campo financeiro veio lembrar-nos que a especulação não é sustentável a curto e médio prazo, fomos violentamente recordados de que a gestão especulativa não sustentável do ambiente, que temos empreendido, é desastrosa. A extinção dos recursos fósseis informa-nos que a sustentabilidade das cidades, através da maciça importação de alimentos, deve ser urgentemente reequacionada. Insistir que nada vai mudar é agravar ainda mais o problema. Por isso, há que empreender um movimento cívico de apoio a novas soluções, seguindo os bons exemplos do passado e do presente. Existem soluções que podem ser construídas, onde a participação individual em muito contribuirá para resolver o problema em termos globais. Porque gota a gota se enche uma ribeira...

Luís Nunes
Sociólogo da Medicina e da Saúde
Mestre em Saúde Pública

27.12.13

COMIDA COLORIDA

A cor dos alimentos é devida às substâncias corantes que contêm, que não só contribuem para as tornar atraentes e desejáveis, mas também, de alguma maneira, nos indicam as suas propriedades.
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Cor vermelha

Deve-se ao licopeno, um carotenóide (pigmento semelhante ao caroteno, da cenoura) de intensa acção antioxidante. Neutraliza os radicais livres que deterioram o ADN das células e causam mutações e envelhecimento. Contribuem para o bom funcionamento da próstata e evitam a sua degeneração cancerosa.
O licopeno encontra-se sobretudo no tomate, e também na melancia, no pimento e nos morangos.

Cor verde

Deve-se à clorofila, o pigmento vegetal mais abundante. Graças a ele, as plantas podem captar a energia do sol e sintetizar glicose, amido e outros nutrientes.
Os espinafres, a alface, as ervilhas, as alcachofras, os brócolos e os rebentos tenros de legumes e cereais são boas fontes de clorofila.
A clorofila é antioxidante e depurativa. A sua acção protectora do cancro está em estudo.

Cor alaranjada

Deve-se aos carotenos, pigmentos vegetais de acção antioxidante e anticancerígena. O beta-caroteno é o tipo de caroteno mais importante, por se transformar, no organismo, em vitamina A, numa proporção muito superior a outros carotenos ou carotenóides (pigmentos semelhantes aos carotenos).
Os carotenos encontram-se nas cenouras, nas laranjas, na abóbora, na manga, nos alperces e noutras frutas de cor amarelada ou alaranjada.

Cor amarela

É dada por diversos pigmentos:
Carotenóides, como a luteína do milho. Os carotenóides exercem uma acção antioxidante e protectora da retina. Os espinafres também contêm luteína, embora não sejam de cor amarela, pois neles predomina a clorofila.
Flavonóides, como a quercitina das maçãs. Os flavonóides são os pigmentos mais comuns na fruta, e exercem diversas acções medicinais, especialmente de tipo anti-inflamatório e antioxidante.

Cor roxa
Deve-se às antocianinas, substâncias antioxidantes que favorecem a circulação do sangue pelos capilares e veias. Contribuem para o bom funcionamento da retina e melhoram a visão.

As uvas pretas, as amoras, os mirtilos e a pele da beringela são ricos em antocianinas.

Cor grená

Deve-se a um tipo de antocianina chamada betacianina, que partilha das propriedades das antocianinas de cor roxa. Possivelmente, actua também como anti-anémico.
Encontra-se na beterraba e na romã.

Jorge Pamplona Roger

Cirurgião especialista do aparelho digestivo, autor da enciclopédia “Saúde pela Alimentação” publicada pela Publicadora SerVir, S.A.

24.12.13

Medicina Alternativa e Complementares

Um dos seus amigos diz que a acupunctura é um dom dos céus; outro diz que é um pesadelo. Isso sem mencionar todas as informações confusas que se ouvem sobre quiroprática, Reiki e massagem. Em que é que se deve acreditar? Três médicos juntam forças para dar uma perspetiva médica sobre terapias complementares alternativas.

Aproximadamente 38% dos adultos usam medicina alternativa complementar (MAC). Terapias tais como massagem, acupunctura, quiroprática e Reiki. Com a sempre crescente popularidade da MAC, é importante que compreendamos quais são as terapias que são seguras e eficazes – e quais não o são. Em resposta a essa necessidade, o Congresso Norte-Americano emitiu, em 1991, uma legislação que criou o que é agora conhecido como National Center for Complementary and Alternative Medicine (NCCAM) (Centro Nacional para a Medicina Complementar e Alternativa (CNMCA). Este instituto, que faz parte dos Institutos Nacionais de Saúde, é a agência que lidera a investigação científica do governo federal norte-americano sobre MAC. A sua investigação ajuda o público e os profissionais de saúde a saberem que terapias são seguras e eficazes, e quais não o são.
É interessante que a criação deste instituto seja muitas vezes citada como prova da eficácia da MAC quando, na realidade, isso reflete uma certa preocupação com o crescente número de terapias propostas. Proporciona informações baseadas em provas que nos ajudam, e à nossa família, a saber quais as terapias alternativas ou complementares que podem ser feitas com segurança – e quais devem ser evitadas.

“Complementares” ou “alternativas”: qual é a diferença?
O campo da MAC está a mudar constantemente. Em abril de 2010, o CNMCA definia-o como um grupo de diversos sistemas médicos e de cuidados de saúde, práticas e produtos que não são geralmente considerados como parte da medicina convencional. A medicina convencional, também conhecida como alopatia, é o que é praticado por pessoas com um curso de medicina ou de osteopatia, bem como por profissionais de saúde, tais como fisioterapeutas, psicólogos e enfermeiros diplomados.
“Medicina complementar” e “medicina alternativa” são termos usados, muitas vezes, indiscriminadamente, mas têm, na realidade, significados muito diferentes. A medicina complementar refere-se ao uso da MAC em conjunto com a medicina convencional. A maior parte da utilização da MAC é complementar. Nos Estados Unidos da América, quando a terapia da MAC tem provas de segurança e eficácia, é referida como “medicina integrativa”.
Contrariamente, a “medicina alternativa” refere-se ao uso da MAC em vez da medicina convencional. Num editorial do New England Journal of Medicine, sobre práticas alternativas, R. H. Murray e A. J. Rubel comentam: “Muitas [práticas alternativas] são bem conhecidas, outras são exóticas e misteriosas, e outras ainda, são perigosas.”
O que é que pode tornar a medicina alternativa perigosa? Por vezes é perigosa porque os pacientes a usam em vez da medicina convencional, baseada em provas, fazendo com que percam benefícios provados ao substituí-los por métodos ineficazes. Além disso, algumas práticas alternativas têm efeitos secundários que são inerentemente perigosos.

Quiroprática
A quiroprática é uma abordagem de cuidados de saúde que tem o principal foco no relacionamento entre a estrutura do corpo, a coluna, e a sua função. Quem pratica a quiroprática usa uma série de abordagens de tratamento, mas faz, primeiro, um ajuste da coluna ou de outras partes do corpo com o objetivo de corrigir o problema de alinhamento e de suporte da capacidade natural de cura do corpo.
Investigações recentes sobre cuidados de saúde de quiroprática, feitos pelo CNMCA, tiveram o seu foco na eficácia dos tratamentos de quiroprática para as dores nas costas, no pescoço e na cabeça, bem como de outros problemas de saúde tais como os temporomandibulares. Há provas da eficácia da quiroprática para os casos acima mencionados, mas não para a larga variedade de problemas que têm sido indicados.

Massagens
As massagens são, muitas vezes, consideradas como parte da MAC, embora tenham alguns usos convencionais. A terapia de massagens envolve muitas técnicas, utilizando óleo ou loções para reduzir a fricção sobre a pele enquanto o terapeuta pressiona, massaja e manipula os músculos e outros tecidos moles do corpo. Na maioria das vezes, os massagistas usam as suas mãos e dedos, mas podem, também, usar os antebraços, cotovelos, ou até os pés. A terapia de massagens parece ter muito poucos riscos se for feita por um profissional competente.
As provas científicas sobre a terapia de massagens ainda é limitada. Os cientistas ainda não estão certos sobre que mudanças ocorrem durante as massagens e como é que elas influenciam a saúde. Há, no entanto, alguma investigação incentivadora:
Em 2008, um exame de 13 testes clínicos encontrou provas de que a massagem pode ser útil para a dor crónica da parte inferior das costas. As diretrizes de prática clínica emitidas em 2007 pela Sociedade Americana da Dor e pela Ordem dos Médicos Americana recomendavam que os médicos considerassem o uso de certas terapias MAC, incluindo as massagens, quando os pacientes com dor crónica da parte inferior das costas não melhorassem com os tratamentos convencionais.
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Um estudo multifacetado de pacientes hospitalizados com cancro em estado avançado concluiu que as massagens podem ajudar a aliviar a dor e a melhorar o humor.
É necessário mencionar alguns cuidados a ter com a terapia das massagens nas seguintes condições: As massagens vigorosas devem ser evitadas por pessoas com problemas hemorrágicos ou com uma contagem baixa de plaquetas sanguíneas, bem como por pessoas que estejam a tomar medicamentos fluidificantes do sangue, tais como varfarina. As massagens não devem ser feitas em nenhuma área do corpo em que existam coágulos sanguíneos, fraturas, feridas abertas, infeções da pele, ossos fracos, ou o local de uma cirurgia recente. Os pacientes oncológicos e as mulheres grávidas devem consultar um profissional de saúde antes de usarem a terapia da massagem. As massagens não devem ser utilizadas como substituto para cuidados médicos regulares ou como forma de adiamento de consultar um profissional de saúde para um dado problema.

Reflexologia 
De acordo com a Associação Canadiana de Reflexologia, esta é definida como uma arte de cura natural baseada no princípio de que há reflexos nos pés, mãos e orelhas e que as suas áreas referenciais correspondem a cada parte, glândula e órgão do corpo. Através da aplicação de pressão nestes reflexos sem o uso de ferramentas, cremes ou loções (os pés sendo a área principal de aplicação), afirma-se que a reflexologia alivia a tensão, melhora a circulação e ajuda a promover a função natural das áreas relacionadas do corpo.
O que diz a investigação? Um exame sistemático de testes controlados ao acaso concluiu: “Até à data, a melhor prova disponível não demonstra, convincentemente, que a reflexologia seja um tratamento eficaz para qualquer problema médico.”
Naturalmente, há uma preocupação levantada por profissionais de saúde de que o tratamento de doenças potencialmente graves com reflexologia, que não tem eficácia provada, poderia adiar a procura de um tratamento médico apropriado. Os próprios reflexologistas propõem que a reflexologia deve ser usada como uma terapia complementar e não deveria substituir os tratamentos médicos.

Acupunctura e acupressão
A acupunctura está entre as mais antigas práticas de cura do mundo. É conhecida como uma família de procedimentos que envolvem a estimulação de pontos anatómicos do corpo usando uma série de técnicas. A técnica de acupunctura que tem sido mais estudada inclui penetrar a pele com agulhas metálicas finas e sólidas que são manipuladas pelas mãos ou por estimulação elétrica.
Praticada na China e noutros países asiáticos há milhares de anos, a acupunctura é uma das componentes-chave da medicina tradicional chinesa (MTC). O corpo é visto como um delicado equilíbrio de duas forças opostas e inseparáveis: yin (que representa aspetos frios, lentos ou passivos da pessoa) e yang (que representa aspetos quentes, excitados ou ativos). De acordo com a MTC, a saúde consegue-se mantendo o corpo num “estado de equilíbrio”; a doença é o resultado de um desequilíbrio interno do yin e do yang. Este desequilíbrio leva ao bloqueamento na fluidez do qi (pronunciado “chee”), que pode ser desbloqueado pelo uso de acupunctura em certos pontos do corpo que se unem com os meridianos que ligam o corpo com uma rede matriz interligada de, pelo menos, 2000 pontos de acupunctura.
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Nos Estados Unidos da América, onde os praticantes incorporam tradições de cura da China, Japão e Coreia, a acupunctura é considerada parte da medicina complementar e alternativa. Não obstante, de momento não existem provas suficientes para fazer uma afirmação quanto à sua eficácia. As forças por detrás da acupunctura não foram demonstradas pela metodologia anatómica ou fisiológica.
Contudo, cerca de 3,1 milhões de norte-americanos adultos e 150 000 crianças já utilizaram a acupunctura durante o ano passado. Entre 2002 e 2007, o uso da acupunctura entre os adultos aumentou em cerca de um milhão de pessoas.
A U.S. Food and Drug Administration (FDA), instituto norte-americano que regula o uso de medicamentos e terapias, legislou que as agulhas da acupunctura são seguras desde que usadas apenas por terapeutas licenciados, requerendo que sejam esterilizadas e não-tóxicas. Relativamente poucos foram os casos de complicações devido ao uso da acupunctura que tenham sido levados à FDA, comparados com os milhões de pessoas que são tratadas anualmente e o número de agulhas utilizadas. Contudo, se não for feita por terapeutas qualificados, a acupunctura pode causar efeitos secundários potencialmente graves, tais como infeções ou perfuração de órgãos.
Tem havido muitos estudos tentando mostrar os benefícios para a saúde obtidos pela acupunctura para uma larga variedade de problemas. Resumindo as investigações mais antigas, o NIH Consensus Statement de 1997 sobre a acupunctura relatou que, em geral, os resultados eram difíceis de interpretar devido aos problemas com o tamanho e a delineação dos estudos. O CNMCA continua a financiar uma extensa investigação numa tentativa de obter uma compreensão científica da acupunctura.
Enquanto a vasta utilização da acupunctura lhe garante mais estudos sobre a técnica, a dificuldade em obter provas concretas da sua eficácia sugere que talvez possa ter pouco mais do que um efeito placebo.

Reiki
O Reiki é uma prática espírita desenvolvida em 1922 pelo budista japonês Mikao Usui. Usa uma técnica normalmente chamada "cura pelas palmas das mãos" como uma forma de medicina complementar e alternativa e foi classificada como medicina oriental por alguns grupos profissionais. Afirma-se que, ao usar esta técnica, os terapeutas transferem a energia da cura na forma de qi através das palmas das suas mãos. Como já foi mencionado, a metodologia atual não pode demonstrar que essa energia existe.
Um estudo de 2009 concluiu que as limitações metodológicas e de registo dos estudos existentes sobre Reiki impedem que se chegue a uma conclusão sobre a sua eficácia. As preocupações sobre a sua segurança são similares às das outras medicinas alternativas não provadas, em primeiro lugar porque os pacientes podem evitar os tratamentos médicos provados para problemas graves, dando preferência às medicinas alternativas não provadas.

Toque terapêutico/toque de cura
O toque terapêutico (comummente abreviado para TT, também chamado toque terapêutico sem contacto) e toque de cura (ou cura à distância) consiste em terapias de energia que alegam promover a cura e reduzir a dor e a ansiedade. Os praticantes do toque terapêutico afirmam que, pondo as suas mãos numa pessoa, ou perto dela, são capazes de detetar e manipular o campo de energia do doente. No seu livro Accepting Your Power to Heal: The Personal 
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Practice of Therapeutic Touch (Aceitando o Seu Poder de Cura: A Prática Pessoal do Toque Terapêutico), Dolores Krieger assevera que, nesta terapia, “na análise final, é quem procura a cura (cliente) que se cura a si mesmo. Nesta forma de ver as coisas, o terapeuta age como um sistema de suporte de energia humana até que o sistema imunitário do doente esteja forte o suficiente para tomar posse”.
Um aclamado estudo sobre o toque terapêutico foi feito por Emily Rosa, de 9 anos, com a ajuda da sua mãe, Linda Rosa, E.F., e Stephen Barrett de Quackwatch, e foi publicado no Journal of American Medical Association (JAMA). O estudo constatou que quem pratica o toque terapêutico não conseguia detetar a presença ou ausência de uma mão colocada a alguns centímetros acima da sua mão quando a sua visão lhe é vedada. Este estudo, que destronou as afirmações dos praticantes do toque terapêutico, é digno de nota porque foi tão simples – e porque Emily foi a autora mais jovem de um estudo publicado pelo JAMA.

Aromaterapia
Na aromaterapia, o cheiro dos óleos essenciais de flores, ervas e árvores é inalado para proporcionar um sentimento saudável e de bem-estar. Uma investigação sobre como a aromaterapia afeta a saúde não demonstrou qualquer melhora no estado imunitário, na cura de feridas, ou no controlo da dor entre pessoas expostas a dois aromas. Mas os resultados de testes controlados alietoriamente, publicados no jornal Psychoneuroendocrinology, mostraram que o limão (considerado um estimulante) pareceu melhorar o humor, enquanto a alfazema (embora seja um relaxante) não teve efeito sobre o humor. Os investigadores concluíram que nenhum dos aromas teve qualquer outro benefício relacionado com a saúde.

Melhor prevenir do que remediar
Embora, em muitas situações, a MAC seja inócua, alguns tipos podem ter riscos. Muitas das terapias discutidas são baseadas em hipóteses para as quais não há evidências, e outras estão ligadas a convicções religiosas. Diga sempre ao seu médico as práticas complementares ou alternativas que usa. Dê-lhe uma visão clara do que está a fazer.

Peter Landless
Médico especialista em medicina interna e cardiologia

Kathleen H. Liwidjaja-Kuntaraf
Diretora Associada de Prevenção

Allan Handysides
Médico especialista em ginecologia, obstetrícia e pediatria

Referências:
Astin, John A., Elaine Harkness and Edzard Ernst. “The Efficacy of 'Distance Healing': A Systematic Review of Randomized Trials” (PDF). Annals of Internal Medicine, junho 6, 2000.
Barnes, P.M., E. Powell-Griner, K. McFann, R.L: Nahin. “Complementary and Alternative Medicine Use Among Adults: United States, 2002” cdc Advance Data, Report No. 343, maio 27, 2004.
Bruno, Leonard C. “Therapeutic Touch”, Encyclopedia of Medicine. Gale Research, 1999.
Ernst, E. “Is Reflexology an Effective Intervention? A Systematic Review of Randomized Controlled Trials”. Medical Journal of Australia, 2009.
Glazer, Sarah. “Postmorden Nursing.” The Public Interest, 2000.
Institute for Complementary and Natural Medicine. “BRCP Divisions and Practises.” www.i-c-m.org.uk/practitioners/divisions.
Kiecolt-Glaser, J.K., Graham, J.E., Malarkey, W.B., et al. “Olfactory Influences on Mood and Autonomic, Endocrine and Immune Function.” Psychoneuroendocrinology, 2008.
Krieger, Dolores. Accepting Your Power to Heal: The Personal Practice of Therapeutic Touch. Bear and Company, 1993.
Lee, M.S., Pittler, M.H., Ernest, E. “Effects of Reiki in Clinical Practice: A Systematic Review of Randomized Clinical Trials.” International Journal of Clinical Practice, 2008.
Lilenfeld, Scott O. “Our Raison d'Être.” Scientific Review of Mental Health Practice, 2002.
National Council Against Health Fraud. “Reflexology.” 1996. www.ncahf.org/articles/o-r/Reflexology.html.
National Institute of Health Consensus Panel. “Acupuncture.” National Institute of Health Consensus Development Conference Statement. www.consensus.nih.gov/1997/1997acupuncture107html.htm.
Natural Standard database. www.naturalstandard.com.
“Reflexology.” www.altmedicine.about.com/od/therapiesfromrtoz/a/Relfexology.com.
Reflexology Association of Canada. “RAC Code of Conduct” and “RAC Code of Ethics.” março 2011. www.reflexology.org.
Rosa, Linda, Emily Rosa, Larry Sarner, and Stephen Barrett. “A Close Look at Therapeutic Touch.” Journal of American Medical Association, abril 1, 1998.
U.S. Food and Drug Administration. “Acupuncture Needles No Longer Investigational.” FDA Consumer, 1996.
vanderVaart, S., V. Gijsen, S. Wildt, G. Koren. “A Systematic Review of the Therapeutic Effects of Reiki.” Journal of Alternative and Complementary Medicine, 2009.

22.12.13

AMENDOAS - RECEITAS

Conta a lenda que um senhor árabe, Rei dos Algarves, derrotou um rei do Norte numa batalha, tendo recebido entre os despojos a sua filha, princesa Gilda, que viria para o reino para ser sua escrava. Como era bela e muito diferente das raparigas da região, decidiu casar com ela. Gilda aceitou o seu futuro, apesar de isso significar que não veria mais a terra que amava, o seu Norte coberto de neve.
Gilda reconhecia o amor do seu marido e o seu esforço para lhe agradar. Sentia até que o amava, pois ele tinha conseguido conquistá-la com a atenção que lhe dava. Mas a tristeza era tanta que ela não voltou a sair do seu quarto.
O rei resolveu então chamar os seus “físicos” para a tentar curar, oferecendo riqueza a quem conseguisse descobrir o mal de que ela sofria. Em vão…Os que tentavam não conseguiam; outros, com medo de falhar, nem tentavam. Um dia, chegou um velho, vindo do Norte, que ouvira o que se estava a passar e insistia em falar com a princesa. Mesmo duvidando do seu sucesso, o rei permitiu. E, após muitas horas de conversa com a Gilda, este seu velho aio disse ao rei que bastaria mandar plantar amendoeiras por todo o Algarve para que ela se sentisse melhor.
O rei não entendia porquê, nem acreditava que pudesse resultar, mas resolveu tentar esta estranha sugestão. O tempo continuou a passar, até que as amendoeiras floriram, pintando os ramos de cada árvore com pequeninos flocos brancos, e, por grandes extensões, cobrindo o Algarve de um branco puro. Cheio de esperança, o árabe entrou no quarto da princesa e pediu-lhe para fazer um último esforço e ir à varanda ver o que tinha acontecido. Gilda fê-lo e nem queria acreditar; durante muito tempo apreciou, com os olhos rasos de lágrimas, o que tinha à sua frente. Finalmente exclamando: “É a neve! A neve da minha terra!”
A lenda não conta o resto da história, embora se adivinhe que tenham vivido felizes após a cura de Gilda. E ainda hoje o Algarve recebe a visita das flores de amendoeira, recordando o que o amor pode fazer… até mesmo compensar a saudade.
É uma linda lenda, mas a realidade não lhe fica atrás. É que as amêndoas, que se seguem às lindas flores, são um alimento que contém:

Proteínas: As suas proteínas são de fácil assimilação e completas quanto a aminoácidos essenciais. A percentagem de proteínas é muito elevada (13,3%), tendo em conta que se trata de um produto vegetal (a carne e o peixe têm entre 15 a 20 g de proteínas por cada 100 g).
Gorduras: Mais de metade do peso da amêndoa é formado por gorduras. Predominam os ácidos gordos monoinsaturados e polinsaturados, dentre os quais se destaca o linoleico, que desempenha importantes funções no sistema nervoso.
Hidratos de carbono: As amêndoas contêm uma menor quantidade deste nutriente que de proteínas e gorduras, pelo que convém combinar as amêndoas com o pão ou com frutas doces secas (passas de uva, figos, etc.).
Vitaminas: São relativamente ricas em vitaminas B1, B6 e, sobretudo, em vitamina E.
Minerais: As amêndoas são um dos alimentos vegetais mais ricos em cálcio e fósforo. Contêm também quantidades importantes de magnésio, potássio e ferro.
Oligoelementos: Como acontece com outros frutos secos, as amêndoas são muito ricas em zinco, cobre e magnésio, oligoelementos que desempenham importantes funções no organismo.
Por tudo isto, as amêndoas são óptimas:
-  nas afecções do sistema nervoso – o seu consumo habitual fortalece os nervos e tonifica os músculos, contribuindo para vencer o stresse, a depressão e a fadiga;
-  no caso de colesterol elevado;
-  nas afecções cardíacas e arteriosclerose – o cálcio intervém de forma muito directa na regulação das batidas e no controlo da tensão arterial. A vitamina E é um potente antioxidante;
-  nas afecções ósseas – contém uma proporção muito adequada dos minerais que formam o esqueleto (cálcio, fósforo e magnésio) além de ser de reacção alcalina, o que favorece a retenção de cálcio. Tudo isto faz da amêndoa um alimento ideal para ser consumido por aqueles que sofram de osteoporose ou de desmineralização óssea.
Portanto, faça como os camponeses de outrora: pegue numa mão cheia de amêndoas, num pão e numa maçã e faça uma refeição completa. ...Mas que isso não o impeça de experimentar as nossas receitas.

Tarte Tradicional de Amêndoas
Ingredientes para a massa:
125 g de açúcar
125 g farinha de trigo
2 ovos
90 g de margarina vegetal

Modo de Fazer:
Misture todos os ingredientes com a ponta dos dedos até obter uma massa homogénea. Estenda a massa, forre uma tarteira e leve ao forno.

Ingredientes para o recheio:
130 g de amêndoas sem pele e laminadas
100 g de açúcar
90 g de margarina vegetal
2 colheres de sopa de leite quente

Modo de Fazer:
Numa frigideira, derreta a margarina com o açúcar e deixe ferver um pouco. Junte as amêndoas. Quando estiverem douradas adicione o leite quente. Retire do lume e quando a massa da tarte estiver quase cozida, cubra com esta mistura. Leve novamente ao forno mais alguns minutos até alourar.

Coxinhas de “Galinha” Fingidas
Ingredientes:
¾ de chávena de cebola picada
2 colheres de sopa de margarina vegetal
1 colher de sopa de molho de soja
½ chávena de puré de batata
1 chávena de amêndoas
1 chávena de arroz cozido
Uma pitada de Aji-no-moto
1 ovo cozido picado
sal q.b.
Pão ralado q.b.
1 ovo cru batido

Modo de Fazer:
Doure a cebola na margarina e junte o molho de soja. Misture bem com os restantes ingredientes. Forme “coxinhas”. Passe-as no pão ralado, depois no ovo batido e novamente no pão ralado. Ponha-as de pé num tabuleiro e leve-as a forno moderado até dourarem.

OS VALORES COMO PREVENÇÃO

O portador do VIH tem o dever moral de evitar transmiti-lo. O contrário pode inclusive constituir delito em muitos países.
«Quando alguém tem o potencial de transmitir a doença a uma pessoa que não foi infectada, deve ser honesto/a e expor a realidade ao seu companheiro/a de cama», diz o doutor Roy Schwarz, secretário executivo da American Medical Association.
Muitos VIH-positivos não são capazes de controlar os seus impulsos sexuais e propagam o vírus; às vezes, sem grandes escrúpulos...
Um estudo da Universidade de Califórnia ganhou evidência a esse respeito. Analisou-se a atitude de 300 homens. Desses, 80 eram homossexuais e confessaram ter relações íntimas com diversas pessoas. A maioria afirmou que se tivesse a sida diria aos seus parceiros, mas 12% confessou que o ocultaria para não alarmar ninguém.
Entre os heterossexuais os resultados foram algo diferentes: 25% asseguraram que ocultariam aos seus parceiros a sua condição de seropositivos (San Francisco Chronicle, 8.1.98).

Para todos
A circunstância que acabámos de referir deve manter em alerta os outros. Por isso, o ideal é evitar a prática do chamado “amor livre”. Ou pelo menos, se é praticado, que se protejam seguindo as normas do “sexo seguro”, prevenindo assim a infecção.
Em particular, a difusão do VIH deve prevenir-se mediante a educação. Todo o cidadão deve dispor de informação básica sobre o assunto. É preciso que sociedades e governos superem a tentação de negar a realidade da sida, e que a abordem como aquilo que é: uma pandemia internacional que cada dia condena cerca de 16 000 pessoas a uma morte lenta e dolorosa (El Clarin, 13.7.98).
Também deve incluir-se informação sobre os perigos das drogas relacionados com a sida.
Mas a educação que consistente na difusão de informação não basta. É apenas o primeiro passo. Há muito mais por fazer.

Repensando a prevenção da sida 
Investigações realizadas entre adolescentes dos cinco continentes mostram que a informação sobre a sida não tem absolutamente nenhum efeito nos comportamentos de risco da sida (Hopkins, 2003).
Os mesmos estudos apresentam o que funciona e o que não funciona em matéria preventiva. Vejamos alguns detalhes destas importantes descobertas (ibid.):
• A distribuição de preservativos não garante o seu emprego entre os adolescentes, embora também não aumente a prática sexual.
• Primordial na prevenção é desenvolver a auto-estima infantil, de modo que ao chegar a adolescência se tenha um autoconceito adequado.
A auto-estima desenvolve-se de maneira especial nos cinco primeiros anos de vida, e requer que os adultos chamem as crianças pelos seus nomes, os acolham devidamente e lhes manifestem reconhecimento (com palavras, gestos e aplausos) pelas coisas boas que fazem.
Se houvesse uma única forma de prevenir a sida entre os adolescentes, seria ocupar o seu tempo.
É conveniente organizar grupos de voluntários adultos (entre os reformados, por exemplo), com valores e dispostos a dedicar umas duas horas por semana para facultar uma actividade útil para os adolescentes. As instituições, empresas e organizações poderiam doar um mínimo de tempo de alguns dos seus trabalhadores para organizar actividades úteis a rapazes e raparigas.


Ênfase em valores

A evidência científica dos programas frutíferos nos países em desenvolvimento (como os que estuda Green, 2003) mostra uma mina apenas explorada nas nações ricas, mas muito proveitosa para controlar e prevenir o VIH/sida. Trata-se de um conjunto de valores sobre o sexo que não perderam a actualidade, apesar de certas correntes os considerarem “conservadores” (ver a estratégia ABC no quadro do artigo anterior).
Além disso, um recente estudo realizado no Texas mostrou que quando se envolvem juntamente pais e alunos em programas que fortalecem a interacção familiar, se constrói uma perspectiva prometedora para a prevenção do VIH e a gravidez de adolescentes (Lederman, Chan e Roberts-Gray, 2004).
Ampliar ainda mais esse círculo, fazendo finca-pé nos valores comunitários (ver quadro), constituiria um eficaz estudo preventivo a longo prazo.&

Extraído e adaptado de Livre de Drogas e Dependências, Rafael Escandón e César Gálvez (A publicar em breve pela Publicadora SerVir).
VALORES PARA SEMPRE
Face à sida a longo prazo…
Já sublinhámos a importância prática da fidelidade no âmbito do casal, e da abstinência fora dele, na prevenção da sida.
Há outras estratégias não menos eficazes para prevenir esta praga, inclusive para a sua total erradicação a médio ou longo prazo. Baseiam-se em valores de tipo comunitário.
Uma delas procura evitar a iniciação sexual precoce. Consiste em transformar a escola numa verdadeira comunidade.
A investigação identificou certas características muito positivas no pessoal e nos alunos dos centros académicos que constituem verdadeiras comunidades, em comparação com os que não o são.
Sentir-se amparado, reconhecido e socialmente estimulado desde a infância evita frustrações, favorece um bom rendimento e previne o recurso a outro tipo de satisfações intrinsecamente nocivas ou para as quais falta a maturidade adequada.
Segundo G.Hopkins, «a estratégia mais efectiva para a prevenção é ocupar o tempo dos adolescentes». A maioria das raparigas que ficam grávidas fazem-no em suas casas entre as três e seis da tarde, depois da escola (e na ausência dos pais).
A melhor medida de prevenção não é nem a distribuição do preservativo nem a difusão de informação correcta (apesar de serem ambas necessárias no seu caso), mas o cultivo de um clima de relações sãs, positivas e permanentes entre crianças e adolescentes, e entre eles e os adultos mais próximos.
Em resumo, um ambiente de amor prático e cordial.

Fontes: Hopkins, 2003; Roberts, Hom e Battistich, 1995.

14.12.13

Um médico italiano descobriu algo simples que considera a causa do câncer.

Inicialmente banido da comunidade médica italiana, foi aplaudido de pé na Associação Americana contra o Câncer quando apresentou sua terapia. O médico observou que todo paciente de câncer temaftas.

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Isso já era sabido da comunidade médica, mas sempre foi tratada como uma infecção oportunista por fungos - Candida albicans. Esse médico achou muito estranho que todos os tipo de câncer tivessem essa característica, ou seja, vários são os tipos de tumores mas têm em comum o aparecimento das famosas aftas no paciente.

Então, pode estar ocorrendo o contrário, pensou ele. A causa do câncer pode ser o fungo.
E, para tratar esse fungo, usa-se o medicamento mais simples que a humanidade conhece:bicarbonato de sódioAssim ele começou a tratar seus pacientes com bicarbonato de sódio,
não apenas ingerível, mas metodicamente controlado sobre os tumores.
Resultados surpreendentes começaram a acontecer.

Tumores de pulmão, próstata e intestino desapareciam como num passe de mágica, junto com as Aftas.
Desta forma, muitíssimos pacientes de câncer foram curados e hoje comprovam com seus exames os resultados altamente positivos do tratamento. Para quem se interessar mais pelo assunto, siga o link (em inglês):não deixem de ver o vídeo, no link abaixo. O medico fala em italiano, mas tem legenda em português . http://www.curenaturalicancro.com/
Lá estão os métodos utilizados para aplicação do bicarbonato de sódio sobre os tumores.
Quaisquer tumores podem ser curados com esse tratamento simples e barato.
Parece brincadeira, né?

Mas foi notícia nos EUA e nunca chegou por aqui.
Bem que o livro de homeopatia recomenda tratar tumores com bórax, que é o remédio homeopático para aftas. E os macrobióticos consideram o câncer uma manifestação natural do meio ácido.
Afinal, uma boa notícia em meio a tantas ruins.
Na Integra

13.12.13

ONDE ESTÁ O CÁLCIO PARA OS MEUS OSSOS?


Introdução

Muito se tem discutido e dito sobre as doenças dos ossos que afetam hoje um número crescente de pessoas nas sociedades ocidentais. A osteoporose tem sido apontada como uma das doenças da civilização. Além de debilitante, é uma patologia que se vai agravando com a idade.
Assim, procurar mecanismos para fazer face a esta patologia, quer pela sua prevenção, quer pela minimização dos seus efeitos através de uma recuperação da massa óssea, constitui uma problemática de elevada relevância.
Estamos habituados à publicidade que aponta para os produtos lácteos (nomeadamente o leite) como a panaceia milagrosa para resolver este problema. Existem mesmo leites enriquecidos com “cálcio” nas estantes dos supermercados que pretendem, de modo mais concludente, levar-nos a optar pela sua compra e uso.
Existem, associados ao consumo de produtos lácteos, vários problemas graves como sejam o cancro dos ovários, a obesidade, o cancro da próstata, a intolerância à lactose, as doenças do foro cardiovascular (e a lista poderia continuar). Estas consequências deveriam ser seriamente tidas em conta quando se pretende obter cálcio a partir destas fontes. 
Mas não é só pelas consequências negativas que podem ser enumeradas que os adultos deveriam abster-se de consumir produtos lácteos, quando o objetivo é procurarem o cálcio de que necessitam. Existem outras razões, sendo que a mais relevante é que os produtos lácteos não só não são uma boa fonte de cálcio, como ainda eles próprios atentam contra a assimilação de cálcio pelo organismo. Isto é: mesmo o pouco cálcio que os produtos lácteos poderiam fornecer ao organismo é comprometido pela própria composição desses produtos lácteos.
Porquê? Por uma razão muito simples: a proteína animal provoca uma excreção de cálcio pela urina. Assim, uma pessoa que não consome produtos de origem animal pode finalmente precisar de menos cálcio (com melhores resultados de retenção do mesmo) do que uma pessoa que, consumindo produtos de origem animal, vê uma parte substancial do cálcio que ingere ser eliminada antes de ter a possibilidade de ser assimilada.
Ora, o aspeto relevante a ter em conta é, então, procurar a melhor fonte de cálcio. Sabe-se hoje que a couve e outras verduras, como os brócolos, são riquíssimas fontes de cálcio e que este cálcio tem um teor elevado de absorção pelo organismo. Novamente: não é tanto a quantidade que nos deveria levar a tomar decisões quando a questão da absorção de cálcio está em causa, mas é antes a qualidade dessa absorção. 
Repare que existem elevados teores de cálcio em vários alimentos que não provocam efeitos negativos no organismo e que são de fácil absorção (Amêndoas: 1/3 de uma chávena tem 50mg; pasta árabe de grão-de-bico: meia chávena tem 81mg; quinoa (cereal andino): uma chávena tem 50mg; 2 colheres de sopa de tahine (pasta de gergelim) tem 128mg). 
E os exemplos poderiam prosseguir. 
Importa, no entanto, salientar que, para uma boa alimentação e absorção de cálcio, nada consegue igualar o consumo de couve e outros vegetais de cor verde escura. Por isso, faça deles uma presença regular na sua alimentação, que, associados ao sol e à atividade física, permitirão uma melhor assimilação desta importante componente para a saúde dos seus ossos.

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Tenha couve quase o ano todo!
A Couve
Couve é o nome dado genericamente a uma grande variedade de plantas herbáceas (Brassica sylvestris) que, ao longo dos séculos, têm sido apuradas e apreciadas na gastronomia no mundo inteiro. A couve faz parte do grande grupo das crucíferas – legumes que se distinguem pela forma da sua flor em cruz (entre outros, os nabos, os brócolos, a couve-flor, a couve-de-Bruxelas, a couve-vermelha, o rabanete), oferecendo ao consumidor produtos variados e de sabores diversos.

Derivadas de uma planta brava nas encostas da Mancha, as couves têm um elevado potencial nutritivo que deve ser considerado na alimentação. Ingrediente usual da dieta mediterrânica, a couve tem aplicações diferentes e é de simples plantio e manutenção.
Facilmente se planta em casa, numa varanda, cozinha, sala, podendo desempenhar um papel decorativo ao mesmo tempo que pode ser usada na alimentação.
Este é um legume presente em todas as estações do ano. São de maior procura a couve de sete semanas (que faz parte integrante da ceia tradicional do Natal português), a couve portuguesa (com a qual se faz o caldo verde), a couve coração-de-boi (de folha lisa) e a couve de folha frisada, 
denominada vulgarmente por lombarda.

Outras espécies de couve:

1) Couve-repolho (com um grande olho) 
Existem três famílias de couve-repolho: as couves de folhas lisas, de folhas empoladas e as couves de tonalidade vermelha (couves-roxas). Podem ser cozidas ou comidas em salada (se a sementeira for de março a maio, com uma ou duas transplantações de espera, com disposição na terra entre abril e junho, permite um consumo desde o fim do verão até ao início do inverno).
2) Couve-de-Bruxelas (com olhinhos ou rebentos)
Estes olhinhos, que se formam no ângulo das folhas sobre o caule, dão a esta couve um aspeto muito decorativo. Podem ser consumidos a partir do outono até à primavera. As hastes florais em botão podem ser comidas cozidas.
3) Couve-flor
Consome-se a inflorescência branca hipertrofiada antes do aparecimento das flores. Podem ser couves-flor banais ou couves-flor tardias, designadas por brócolos.
4) Couve verde ou couve portuguesa ou, ainda, couve-penca 
Não forma repolho; são comidas as folhas. Tempo indefinido de produção (por vezes bianual). Caule ereto, longo, com folhas grandes, coreáceas, coloração verde-claro a escuro conforme a variedade, pode atingir cerca de 60cm a 1,5m de altura. Pode ser ondulada e dentada na borda, podendo formar cabeças na parte superior quando se prepara para florir. As flores são brancas ou amareladas, pequenas, seguidas de fruto. 
As folhas têm sabor forte, sendo consumidas cozidas em diversos tipos de receitas.
5) Couve-Rábano
Com caule hipertrofiado em bola, não tem folhas.
6) Couve-nabo e nabo-da-Suécia
Com raiz muito grossa, a sua polpa é branca, enquanto a do nabo-da-suécia é amarela. Consomem-se 
cozidas, como os nabos, nas sopas ou em “choucroute”.

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Uma HoLa em terra

Terreno para cultivo de 10m2 (5x2m), divido em 12 partes iguais.
Todos os meses, veja a sua HoLa a crescer!

Espaço extra para a estufa (1x1m), a estação de compostagem e para arrumação dos utensílios.
Preparar
A preparação da terra para a plantação da couve passa por uma lavra em profundidade (35cm) na primavera. Os solos preferenciais são, assim, profundos, de textura média ou argilosos desde que bem drenados. 

Como não é sensível ao frio, a geadas e ao excesso de chuva, a couve resiste bem aos rigores do clima português, o que permite ter couve quase ao longo de todo o ano, quer semeando quer plantando em terreno definitivo.

Semear
As couves reproduzem-se por semente. 
É económico deixar florescer uma única das couves que cresceram num vaso na varanda ou em terra na horta, e colher as pequenas vagens quando já estão secas, a fim de aproveitar as sementes que elas contêm. 

Algumas sugestões aquando da sementeira:
Nos finais do mês de agosto, pode ser feita uma sementeira diretamente no solo, tendo a precaução de misturar a semente com areia ou terra leve, a fim de que, quando lançada à terra, se criem espaços entre cada semente e, desta forma, cada germinação tenha possibilidade de se desenvolver livremente.
Caso a germinação seja ainda muito densa, nos finais do mês de setembro, quando a planta já tem três ou quatro folhas, poderá simplesmente arrancar alguns pés, eliminando-os ou transplantando-os para outra faixa do solo que esteja disponível para o efeito. Esta sementeira dar-lhe-á couve em abundância para os dias frios do inverno e ainda durante a primavera.

Plantar
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Em qualquer época do ano a sementeira pode ser feita em leiras, bem como a transplantação como atrás se refere, tendo o cuidado de enterrar a planta até à altura das primeiras folhas, deixando um espaço de 35cm entre cada uma delas.
Não dispondo de sementeira própria, merecerá ainda a pena comprar plantas nas casas de horticultura, e transplantar.
A couve gosta de terras profundas, fortes, frescas, e prefere climas ou épocas húmidas.
Tanto na sementeira como no transplante, proceder sempre ao enriquecimento do solo com estrume orgânico.
Couve todo o ano: exemplo – couve-de-Bruxelas. No entanto, este exemplo pode ser aplicado a outras couves (como a couve portuguesa, que pode ser semeada em agosto, por exemplo, para colher em dezembro).

Colheita
Sementeira
Plantação Disposição definitiva
setembro
Em terra quente/livre: fevereiro-março. Uma transplantação de espera em março-abril.
abril-maio
outono e inverno
Março-abril em terra livre.
Uma transplantação em abril-maio.
maio-junho
inverno-primavera
Em maio-junho com boa exposição ao sol. Uma transplantação em junho-julho.
julho
 Cuidar
• Quinzenalmente, picar a terra em volta de cada planta (sachar), evitando o crescimento de ervas daninhas, e arejando o solo. Evitar esta sacha, se o solo estiver demasiado húmido.

• Arrancar as primeiras folhas do pé da planta quando esta cresce e aquelas que se apresentam amarelas.
• Nos meses de calor, regar abundantemente pelo menos duas a três vezes por semana.
• Ter o cuidado de semear flores de cores vivas em volta da horta; as joaninhas serão atraídas e ocupar -se-ão de eliminar o pulgão e outras moléstias que prejudicam o bom desenvolvimento da planta.
• A couve resiste muito bem ao frio e às geadas.

Colher
• A colheita da couve acontece sempre que dela se necessite, ao longo do ano, e segundo o provimento da horta que se cultivou.

• Para o caldo verde, colhem-se apenas algumas das folhas à volta da planta, do que resultará haver sempre provimento de novas folhas para consumo.
• As restantes espécies de couve poderão ser colhidas mesmo antes de atingirem o seu tamanho normal. Estas couves jovens são as melhores. Devem, no entanto, ser pesadas em relação ao seu tamanho, i.e., pequenas mas pesadas, e as folhas que estão à volta devem ser duras e verdes.

Nutrir
No que concerne à sua riqueza em nutrientes essenciais, convém lembrar de que o aporte em vitamina C é comparável ao do limão, contém vitaminas do complexto B, que permitem ao organismo a assimilação do açúcar e das gorduras, e uma importante quantidade de vitaminas K, anti-hemorrágicas. Sem esquecer também o cálcio, o ferro, o magnésio e o enxofre, minerais que contribuem para a estabilidade de uma vida saudável.
Para mais informações nutricionais ver: Porto A, Oliveira L. Tabela da Composição de Alimentos. Lisboa: Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. 2006.
Sugestões e Soluções
A couve tem sido designada como o médico do povo por boas razões. A ingestão de couve diariamente é uma boa prática curativa e preventiva e, durante centenas de anos, vários grupos humanos fizeram dela justamente uma preferência (descrições pormenorizadas dos egípcios e romanos atestam para isso).

A couve é, para além da sua riqueza nutricional, um bom anti-inflamatório, antibiótico e anti-irritante natural. Alivia a prisão de ventre, a má disposição, cura ou alivia a dor de úlceras gástricas (uma das receitas nestas situações é sumo de couve durante 8 dias). Para além disto, em situação de cortes ou feridas, a aplicação de uma folha de couve permite uma cicatrização rápida.
Para as mães que amamentam e possam ter dores e inchaços, a aplicação de caules de couve abertos 
e dos veios das folhas permite aliviar essas situações.
No inverno, o papel da couve é muito relevante, pois previne e cura constipações e gripes. É uma fonte muito rica de vitamina C ao ser consumida crua (em sumo, por exemplo, um copo pela manhã). 
A couve cozinhada perde quase metade da sua vitamina C. A aplicação de cataplasmas de folha de couve crua na testa de doentes com febre tem-se revelado eficaz no combate às temperaturas altas. É notável a experiência da Universidade de Seul, na Coreia do Sul, em que aves contaminadas pela gripe do vírus das aves recuperaram após uma semana de tratamento com couve-chinesa (11 em 13 dos animais). Estes dados ajudam-nos a perceber melhor o papel que a Natureza pode desempenhar perante os medos civilizacionais da atualidade (como foi o da gripe A de há algum tempo atrás).
A couve tem desempenhado um papel relevante no tratamento e mesmo na prevenção de certos tipos de cancro, como sejam o do cólon, da mama e dos ovários, pela estimulação hormonal e metabólica que induz.
A couve tem um papel relevante na recomposição mineral da massa óssea, sendo um aliado fundamental no combate à osteoporose. Além disso, contribui para a saúde dos dentes, do sangue, dos olhos, da pele e dos aparelhos digestivo e nervoso. 
Combate a asma, a bronquite, as doenças do fígado e os cálculos biliares. No caso de hemorroidas, a aplicação de folha de couve amassada e de sumo de couve crua no local dorido alivia as dores e, associada a uma alimentação equilibrada, ajuda a superar as crises de hemorroidas. No combate à artrite e dores reumáticas, a aplicação de folhas de couve cozidas ainda quentes nas zonas doridas traz alívio.

Luís Nunes

Sociólogo da Medicina e da Saúde; Mestre em Saúde Pública


12.12.13

Família Amiga

missing image filePergunta: Na sequência de um processo de divórcio, acordei com o pai do meu filho, de 6 anos, que ficaria eu com a sua guarda; foi regulado o exercício do poder paternal que, entre outras vertentes, estabelece um regime de visitas nos termos do qual o meu filho pernoita em casa do pai um dia por semana. O pai do meu filho está presentemente a viver com uma companheira e não estou satisfeita com o facto de o meu filho ter também de conviver com ela no decurso das visitas que faz ao pai. Posso pedir a alteração do regime de visitas e impedir que estas decorram também na presença da companheira do pai?
R: Cara leitora, pese embora não forneça muita informação concreta sobre a situação jurídica a que se refere, nomeadamente quanto ao concreto regime de visitas e aos restantes termos do acordo quanto ao exercício das responsabilidades parentais relativas ao seu filho, penso poder dar-lhe alguma informação que pode ajudá-la a encontrar a resposta, de acordo não só com o direito, mas também e sobretudo com o interesse do seu filho. 

No entanto, antes mesmo de referir o enquadramento jurídico da situação que coloca à nossa consideração, gostaria que direccionasse a sua reflexão para o seguinte: em qualquer situação de divórcio, o vínculo que é quebrado é o que une os cônjuges, sendo que as relações de cada um deles com os filhos devem ser salvaguardadas, para que estes sofram o menor dano possível. Na verdade, o vínculo parental não se dissolve com o divórcio e não deve bulir com as responsabilidades parentais. 
É certo que qualquer situação de ruptura emocional é conturbada, dolorosa e causa muito sofrimento psicológico. Sê-lo-á tanto mais quanto maior relevância e mais significativa for a relação que se fractura. Por isso, compreende-se que, depois de um divórcio, havendo necessidade de os ex-cônjuges continuarem a relacionar-se por questões relativas à educação de filhos comuns, possam surgir situações em que não seja fácil separar claramente o que foi o relacionamento entre os cônjuges e o que deve ser o seu relacionamento com referência aos filhos que mantêm. Ser capaz de separar as emoções que podem surgir e manter uma atitude racional, pode não ser uma tarefa fácil em todos os momentos, mas é um exercício absolutamente necessário, se o que se pretende é manter um relacionamento saudável entre os pais, o único que é capaz de potenciar um desenvolvimento saudável dos filhos.
Sucede então que, quando um dos cônjuges volta a constituir um novo núcleo familiar, passando a viver com uma outra pessoa, as emoções já vivenciadas no momento da ruptura do relacionamento podem ressurgir no indivíduo que ainda se mantém sozinho e dificultar um raciocínio menos emocional sobre as questões relativas ao exercício das responsabilidades parentais. Pode até não ser esse o seu caso, mas, aproveitando a sua questão, chamo a atenção para essa possibilidade. 
Quando um dos progenitores reorganiza a sua vida familiar, é nela que terá de ser integrada a continuidade das vivências dos filhos que pré-existam e o outro progenitor terá de colocar em prática o exercício de objectividade a que fizemos já referência. No turbilhão das emoções que é natural sentir, deverá procurar, objectivamente, se, e em que medida, o facto de o pai do seu filho ter passado a viver com uma companheira, coloca, de facto, em causa o bem-estar do seu filho. 
A mera circunstância de o pai do seu filho passar a viver com uma companheira, sem mais, não implica qualquer consequência ou alteração ao já determinado quanto ao exercício das responsabilidades parentais e, nomeadamente, no que se refere ao regime de visitas.
É certo que o determinado quanto à forma pela qual deve ser exercido o quadro das responsabilidades parentais, quer seja na sequência de acordo, quer o tenha sido por via de decisão judicial unilateral, pode, a todo o momento, ser alterado. E sempre assim sucederá, se se alterarem as circunstâncias que condicionaram a decisão. E estas podem mudar em função da alteração da situação concreta de um dos pais, de ambos e/ou as necessidades concretas dos filhos.
Porém, o mero facto de um dos progenitores passar a viver com uma companheira, em si mesmo, não é susceptível de impor a alteração do regime de visitas. Na verdade, as crianças têm o direito inalienável de continuar a usufruir da companhia de ambos os progenitores, mesmo se estes decidiram divorciar-se. O seu equilíbrio psicológico e o seu saudável desenvolvimento pressupõem tal convívio, tão frequentemente quanto possível. Ora, se um dos progenitores passa a integrar no seu espaço familiar uma outra pessoa com quem mantém uma relação conjugal, é também nesse espaço que terá de conservar-se o seu relacionamento com o ou os filhos.
É natural que a cara leitora, ao ser confrontada com esta situação nova, se sinta confusa e emocionalmente conturbada, o que pode também estar a suceder com o seu filho. Poderá a criança questionar-se sobre qual o papel que ocupa esta nova pessoa na dinâmica familiar, que emoções suscita no seu pai e na sua mãe e que consequências poderá a sua presença acarretar na sua relação com o seu pai. Porém, em si mesmo, este contexto não justifica qualquer alteração ao regime de visitas: na verdade, quanto mais pacífica e saudável for a integração desta nova pessoa na dinâmica familiar, mais tranquilamente será ela vivenciada pelo seu filho e, consequentemente, menores turbulências ocorrerão no seu estado emocional. Se, pelo contrário, este facto for vivenciado por si de forma perturbadora, corre-se o risco de o seu filho sofrer por si esse mesmo sentimento.
Pode justificar-se uma mudança no regime de visitas sempre que se verifique que está em crise ou em risco a segurança da criança e o seu bem-estar. Ora, pelo que nos reporta, não há notícia de qualquer facto que indique que a presença da companheira do pai do seu filho coloque em causa a segurança ou o bem-estar deste, pelo que, consequentemente, inexiste fundamento para a sua alteração. 
A circunstância de ter colocado a questão faz supor que ter de conviver com esta nova situação de forma serena não lhe é fácil. Mas neste caso, como em muitos outros em que a nossa intervenção é solicitada, só posso relembrar-lhe que o esforço que tenha de fazer é altamente compensador se mantiver em presença o interesse e o bem-estar do seu filho, desejando que, por essa via, mantenha uma atitude positiva e construtiva.

Ana Carla Mendes de Almeida

Magistrada do Ministério Público